domingo, 29 de junho de 2014

Transtorno Afetivo Bipolar



Transtorno mental que mais causa suicídios, bipolaridade lesa o cérebro
O transtorno bipolar é progressivo e leva à perda da função de neurônios, segundo novos estudos, liderados por pesquisadores brasileiros

A doença, caracterizada pela alternância entre depressão e euforia (mania, como os médicos dizem), atinge 2,2% da população: são 4,2 milhões de brasileiros, segundo estimativa da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Crises bipolares não têm nada a ver com as mudanças de humor da pessoa "de lua", que passa uma manhã agitada ou se irrita facilmente.

Um episódio de mania pode durar dias ou semanas e levar a alteração do sono, perda do senso crítico e comportamentos compulsivos como comprar demais ou consumir álcool e drogas.

Como tantos outros nomes de patologias, a expressão "bipolar" é usada fora do contexto médico. "Há um entendimento errado da bipolaridade. É uma doença muito grave, com uma série de sintomas. Mudar de humor rapidamente não faz o diagnóstico", diz o psiquiatra Beny Lafer, coordenador do Programa de Transtorno Bipolar do Hospital das Clínicas de São Paulo.

BANALIZAÇÃO

A bipolaridade é a doença mental que mais mata por suicídio: cerca de 15% dos doentes se matam. Os pacientes têm um risco 28 vezes maior de apresentar comportamento suicida do que o resto da população e até metade dos doentes tenta se matar, mostram levantamentos.

"A expectativa de vida de homens bipolares é 13 anos menor e de mulheres bipolares é 12 anos menor do que a da população em geral, segundo um estudo dinamarquês. A expectativa de vida do bipolar é comparável à do esquizofrênico", diz o psiquiatra Fábio Gomes de Matos e Souza, professor e também pesquisador da Universidade Federal do Ceará.

Considerando a gravidade, os médicos todos criticam a popularização do termo.

"É banalizar a doença. Estar triste é uma coisa, estar deprimido e não conseguir sair de casa é outra", diz a psiquiatra Ângela Scippa, presidente da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar.

De acordo com as últimas descobertas científicas, as crises de euforia e depressão são tóxicas ao cérebro.

ENXURRADA NO CÉREBRO

O grupo do psiquiatra Flávio Kapczinski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é referência na área e publicou artigos em novembro e dezembro nas revistas "Translational Psychiatry" e "Current Psychiatry Reports".

"Assim como o organismo do diabético sofre com os picos de glicemia, o cérebro de quem tem transtorno bipolar não controlado sofre com o excesso de neurotransmissores", diz Kapczinski.

As crises são acompanhadas da descarga de substâncias como dopamina e glutamato. Na tentativa de controlar o incêndio, o organismo manda para a região células protetoras. "Essas células produzem inflamação, causando a perda de conexões entre neurônios. São os achados mais recentes, nem estão publicados ainda", adianta.

Após cinco episódios do transtorno perde-se 10% do hipocampo, área responsável pela memória, estima o psiquiatra Matos e Souza.

A médio prazo, a doença fica mais grave e as crises, frequentes e fortes. O doente responde cada vez menos à medicação. "Ele passa a ter problemas de memória, planejamento e concentração, funções ligadas à parte frontal do cérebro", diz Kapczinski.


DIAGNÓSTICO

Os primeiros surtos de transtorno bipolar surgem como crises de depressão em 60% dos casos, daí a dificuldade no diagnóstico. O transtorno aparece, em geral, até os 25 anos.

Quando a doença se manifesta como mania, os sintomas são confundidos com os de esquizofrenia (megalomania, alucinações). "O diagnóstico leva até dez anos", afirma Helena Calil, psiquiatra e professora da Unifesp.

A dificuldade de determinar a doença é comum entre os transtornos mentais, lembra Jair Soares, psiquiatra brasileiro e pesquisador na Universidade do Texas em Houston (EUA).

Não há um marcador biológico que possa ser medido em um teste. "Dependemos do diagnóstico clínico, da descrição dos sintomas pelo paciente", completa Soares.

A avaliação clínica não consegue diferenciar uma depressão bipolar de outras. "O tratamento com antidepressivo puro pode agravar a doença. É um risco. Às vezes, só assim para descobrir", diz a psiquiatra Ângela Scippa.

Os casos mais complexos envolvem crises de hipomania, uma mania leve que pode aparecer como ciúme ou irritabilidade. Sentimentos normais que, no bipolar, são exagerados e causam prejuízos à vida --essa é a fronteira entre normal e patológico.

O alerta deve vir quando a família se queixa de instabilidade: a pessoa mostra alterações visíveis e fases de normalidade. Outros sinais são: histórico familiar (80% dos casos são hereditários), alterações no sono e uso de álcool e drogas (metade dos bipolares é dependente).

HIPOMANIA LEVE

Antes, o transtorno bipolar era conhecido como psicose maníaco-depressiva e incluía casos mais graves. Agora, se discute se pessoas com depressão e hipomania leve (irritadas, ciumentas demais) devem ser tratadas como bipolares --metade dos que sofrem de depressão se enquadra no perfil. Ou seja, 10% da população.

"Já há evidências científicas para isso", defende o psiquiatra Teng Chei Tung, do Hospital das Clínicas da USP.

Para Soares, se a caracterização for expandida demais, corre o risco de abarcar gente que não se beneficiará com o tratamento. "Será que vamos tratar pacientes que, em vez de melhorar, vão piorar?", diz.

A psicoterapia aumenta a adesão ao tratamento com remédios e ajuda a pessoa a conhecer os gatilhos das crises. "É importante, mas complementar", diz Leandro Malloy-Diniz, psicólogo e presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia.


'Eu me achava a Mulher Maravilha', diz mulher com transtorno bipolar


"Sempre fui diferente. Na escola fazia coisas demais, era brilhante demais e, de repente, ficava triste. Passei parte da vida tentando entender por que tinha os sentimentos tão violentos.

Perto dos 40 anos, procurei uma psicóloga. Achava que era alcoólatra. Sempre bebi bastante. A bebida tinha se tornado indispensável para mim, a agonia era tanta que só bebendo melhorava.

A psicóloga foi clara: 'Você de alcoólatra não tem nada'. Pediu que eu fosse a um psiquiatra. Depois de relutar, fui e veio o diagnóstico de transtorno bipolar, aos 44.

Ainda me achava 'Mulher Maravilha'. Hoje sei que tinha crises de euforia. É convidativo ser bipolar na euforia. Mas é uma agitação falsa, você logo se dispersa ou se cansa.

Achava que ninguém era mais competente do que eu. Meu pensamento era em alta voltagem. Se uma pessoa falasse devagar, já me irritava. Enquanto eu conversava, fazia na cabeça a agenda do dia.

O médico me passava remédios, mas eu não tomava. Pensava: 'Por que vou me tratar se sou o máximo?'.

Foi um desastre, porque aí tive uma crise de depressão grave. Era empresária. Um dia, travei dentro do carro. Tiveram que me tirar de lá, me levaram para casa e eu levei dois anos para sair de novo.

Só então aceitei o tratamento. Demorou até acertar a medicação. Não cheguei a ser internada, mas não podia ficar sozinha. Meu pensamento recorrente era melhorar para poder me matar.

Depois de dois anos, me estabilizei e voltei a trabalhar. No final, não consegui. Tive de fechar a agência de eventos. Minha autoestima ficou no pé, mas eu não segurava a tensão de ser empresária.

Foi quando conheci a Abrata [associação de apoio a bipolares]. Fui forçada a ir pela médica e quando cheguei me senti em casa. Ali tinha gente como eu. A gente se identifica com os detalhes. Quando a dosagem de medicação está alta, a gente treme e derruba o café. Lá não sentia vergonha de derrubar café.

Fui voluntária por dez anos lá. Hoje trabalho em um projeto meu, para crianças com transtornos de humor. Ser produtiva de novo é ótimo.

Tive várias crises nos últimos 20 anos. Às vezes acordo triste e depois fico irritada. Sempre me controlo. Tenho faróis internos. Quando está no amarelo já fico atenta.

Sei o que me faz mal. Evito multidões, não saio à noite, não dirijo. Eu engano bem. Isso tem um custo, não é fácil, mas com toda doença é assim, tem que aprender a lidar."

Cristina Oliveira, 63, criadora do projeto "Estórias Diferentes", é casada e tem três filhos

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Morangos



MORANGOS
Roberto Shinyashiki


Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco havia um urso imenso querendo devorá-lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente. Embaixo, prontas para engoli-lo, quando caísse, estavam nada mais nada menos do que seis onças tremendamente famintas.
Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando. Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas dos seus pés. As onças embaixo querendo comê-lo e o urso em cima querendo devorá-lo.
Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas,  refletindo o sol. Num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango.
Quando pôde olhá-lo melhor, ficou inebriado com sua beleza. Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Dependências como busca do sentido existencial e conexão espiritual.

"O fenômeno de dependência de drogas é algo que se prende à condição humana com diversas finalidades, desde a de apaziguar as dores, as angústias, as tristezas, até o de elevar aos deuses", escrevem os psiquiatras Antônio Pacheco Palha e João Romildo Bueno no prefácio do livro "Dependência de Drogas". 

A palavra “dependência”, geralmente é associada à dependência química (álcool, droga ou medicamentos), no entanto, existem outros tipos de dependência que também podem ser prejudiciais, mas que não são conhecidos, como a dependência emocional, sexual, por compras, alimentar, em atividade física, jogos e tecnológicas entre outras.


O homem contemporâneo demonstra estar ficando cada vez mais ansioso e desconectado com seu verdadeiro eixo existencial. Influenciado pela filosofia capitalista do consumo e do acúmulo, tanto de bens materiais quanto de informações e de novidades tecnológicas, que tornam os indivíduos, e suas estruturas familiares e sociais, em vítimas, ativos e passivos, de abusos, impulsos e compulsões das mais variadas formas e intensidades.


Há uma tendência em estimular esses comportamentos, ser consumistas e de certo modo até hedonistas. Tudo é voltado para a obtenção do prazer. O comportamento dos pais em exigir dos filhos desempenhos fantásticos em todos os aspectos da vida, esperando que seus filhos sejam muitos inteligentes, bonitos e satisfeitos. Não se ensina o mundo de verdade e a consequência é autoestima lá em baixo, frustração, a maioria das pessoas enredadas em algum tipo de repetição, fazendo-as dependentes das emoções e da respectiva condição bioquímica produzida por essas repetições. Por isso, vão surgindo condicionamentos nos âmbitos corporais e interpessoais.


É o prazer que explica por que é possível ficar dependente. Há uma região no cérebro, conhecida como sistema de recompensa, que é ativada por substâncias presentes tanto nas drogas quanto no nosso próprio corpo (hormônios e neurotransmissores) e que são liberadas quando passamos por estresse, excitação, alegria etc. Esse comportamento do cérebro é que nos faz ter motivação para tocar a vida. Diante de certos comportamentos ou consumo excessivo de uma substância, o sistema de recompensa é ativado ao extremo e, por proteção, acaba se dessenbilizando.


O problema é que essa dessensibilização do sistema de recompensa gera uma espécie de déficit de satisfação. No estado natural todos temos um nível médio de ativação do sistema de recompensa. Entre os dependentes, o nível fica abaixo do normal. É por isso que a vida da pessoa passa a orbitar ao redor do vício, que vira ideia fixa. Tudo o que a pessoa faz está centrado em como conseguir mais daquela “coisa". E não faz diferença se é uma dependência química ou não química. Todas passam pelo excesso de ativação e dessenbilização do sistema de recompensa.


O indivíduo vai trocando de dependência e mascara o problema dele independente do vício. O efeito é o mesmo. Em todos os casos está por trás a busca do prazer e a perda do controle.  Cada um escolhe a sua droga de preferência, mas na falta dela, qualquer outra serve para ativar o sistema de recompensa. É a vulnerabilidade social que faz com que as pessoas se apeguem a todo tipo de coisa.


A pessoa dependente quase sempre perde, por algum tempo, a estabilidade constituída para conduzir o dia a dia. Isso pode favorecer o enfraquecimento da motivação para viver, o isolamento e a depressão. Solidão, vazio, desesperança e desamparo são palavras utilizadas, com frequência, por pessoas dependentes para exprimirem seus estados emocionais. Nessas e em outras condições, muitas pessoas buscam um novo significado e propósito para suas vidas.


Crenças e práticas religiosas podem reduzir a sensação de perda do controle e de desamparo; podem fornecer uma estrutura cognitiva capaz de diminuir o sofrimento e, ainda, fortalecer o indivíduo para reconstrução de sua vida. A raiz da palavra religião (religare) exprime o sentido de volta à essência, retorno à origem criadora da vida.


Pesquisas científicas sugerem que a autoconfiança necessária à superação da dependência envolve três dimensões:

  1. A motivação de encontrar sentido na vida diária.
  2. A crença de que se pode influenciar o entorno e os resultados dos eventos.
  3. A opinião de que se pode aprender e crescer a partir das experiências positivas e negativas.

Esses aspectos predispõem à confiança, ao suporte social e à superação das adversidades. Há 15 anos a Psicologia e a Psiquiatria têm estudado os diferenciais de comportamentos dos numerosos indivíduos que superam grandes dificuldades. O fortalecimento das virtudes e do caráter (coragem, justiça, temperança, sabedoria, paciência, gratidão, solidariedade, persistência, amor e esperança) esteve relacionado ao crescimento dessas pessoas após o enfrentamento e a superação de importantes dificuldades.


Um objetivo bem demarcado e a disciplina no dia a dia fortalecida na motivação de construir uma vida verdadeiramente melhor são ingredientes decisivos à prosperidade dessas pessoas dependentes.

Caso você tenha se identificado com alguma situação acima, procure um profissional capacitado e responsável para lhe ajudar a superar qualquer tipo de dependência e viver com maior segurança e tranquilidade e menor ansiedade, angústia, irritabilidade e nervosismo.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Trechos dos seminários sobre Zarathustra de Jung (15/01/1939)






Se nos torturarmos para produzir alguma coisa para nossos filhos, mostramos-lhes uma imagem de vida torturada. Portanto, parem com tudo isso! Está tudo errado, diz-se à criança e comete-se o erro oposto. Se estamos sempre nos preparando para a felicidade dos filhos também não aprenderão a conquistar a deles. Eles, por sua vez, podem prosseguir preparando a felicidade de nossos netos, e assim por diante, de modo que a felicidade seja algo a ser alcançado em algum lugar do futuro. Pensamos que a felicidade seja algo a ser alcançado no futuro, que não podemos conquistá-la, mas que nossos filhos a terão. Assim preenchemos nossas vidas com ambições quanto a este reino que há de vir e que nunca vem. Cada geração faz algo a este respeito.Todos se torturam para que seus filhos possam alcançá-la, mas as crianças crescem e se tornam tão tolas quanto eles. Tentem fazê-lo aqui e agora, por vocês mesmos. Este é o bom ensinamento. Então, suas crianças tentarão fazê-lo aqui e agora por si mesmas - e então a felicidade poderá acontecer no mundo real. Não sejam artificiais ao buscar a felicidade nas próximas gerações. Se estamos demasiadamente preocupados com nossos filhos e netos, simplesmente os ferimos com as dívidas que contraímos. Entretanto, se não contraímos dívidas (emocionais), se vivermos simplesmente e nos tornarmos tão felizes quanto possível, deixamos as melhores condições às nossas crianças. De qualquer modo, deixamos-lhes um bom exemplo de como cuidarem de si mesmas. Se os pais conseguem cuidar de si mesmos, as crianças também conseguirão. Elas não estarão buscando a felicidade dos netos, mas farão o necessário para obter uma quota razoável de felicidade para si mesmas. E assim, quando toda uma nação está se torturando pelas crianças, uma herança de miséria é tudo o que deixam para o futuro, ima promessa não cumprida!. Portanto, em vez de dizerem: "eu o faço pelos filhos poderá brotar no futuro", tentem fazê-lo aqui e agora, por vocês mesmos. Assim, saberão se é possível ou não. Se adiarmos isso para as crianças deixaremos a elas algo que não ousáramos cumprir, ou achemos impossível, ou que não valia a pena. Entretanto, se o deixarmos para o futuro, deixamos menos que nada aos nossos filhos - somente um mau exemplo.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mudança de hábito

Mudar de hábito leva tempo, é preciso um certo tempo para se adaptar.
A mudança de hábito exige que você saia da zona de conforto. Você tem que estar aberto e disposto para isso e precisa entender também que vai levar um certo tempo até começar a ver resultados concretos. Pode ser que uma coisa ou outra não funcione e que algumas outras precisem de adaptações, mas você precisa experimentar e não desistir antes do tempo.



Quando você começa uma mudança está motivado e empolgado, então você tem uma certa resistência, mas ela é baixa. Com o passar do tempo, por volta dos 10 dias após o início da mudança, a empolgação vai diminuindo e essa resistência vai aumentando. Uma voz na sua mente começa a dizer ¨pare com isso, não está ajudando em nada, não está servindo de nada. Vamos voltar como sempre fizemos, dá muito menos trabalho¨e começa a te dar todos os tipos de desulpas possíveis e imagináveis para convencê-lo a parar.

Isso acontece com qualquer mudança de hábito. Por exemplo: quem não faz exercício físico e todo fim de ano diz que vai começar a fazer academia. A pessoa se inscreve, compra tênis novo, roupa nova, vai animada por duas semanas, mas isso não se mantém e ela desiste mais uma vez ou quem começa uma dieta para emagrecer, um novo curso na profissão, chegar mais cedo do trabalho para curtir a família... e por aí vai.


Essa resistência atinge o pico de mais ou menos 12º ao 16º dia após o início da mudança. A partir do 20º dia, essa vozinha entende que você realmente está abandonando seu hábito antigo e criando um novo. Ela começa a ficar menos importante no contexto, você já não cria mais desculpas e passa a iniciar o processo de internalização do novo hábito.

Importante: Quando encontrar essa resistência, supere. Fique firme, não desista e não dê ouvidos às desculpas que você mesmo vai criar. Só assim conseguirá iniciar o seu caminho para a Alta performance!

Quando começamos com o novo hábito, os resultados demoram um certo tempo para aparecer. A atividade precisa estar internalizada, o novo hábito precisa substituir o anterior para os resultados realmente começarem a surgir. Superando a resistência e tendo disciplina para continuar, as pessoa deslancham e os resultados estouram.

Lembre-se: Leva tempo para você estabelecer uma nova rotina. Então não desista, mantenha o foco e a determinação.

Fonte: Texto Mudança de Hábito,  do treinamento para professores da High Point Idiomas/ Janeiro de 2014

sábado, 25 de janeiro de 2014

Olhando pela janela do hospital




Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.
Um deles podia se sentar na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluídos circulassem nos seus pulmões.
A sua cama estava junto à única janela do quarto.
O outro homem tinha que ficar sempre deitado de costas.
Os homens conversavam horas e horas. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...
E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo descrevendo ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.
O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.
A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores  de todas as cores  do arco-íris. Arvores velhas  e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.
Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário por menor, o homem do outro lado do quarto fechava seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia passar,  embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.
Dias e semanas se passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. A enfermeira ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.
Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.
Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.
Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo.
O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.
A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem se quer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas passar alguma coragem pra ele...

Moral da historia:
Apesar dos nossos próprios problemas,
existe uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes.  A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade quando partilhada, é dobrada.
Se você quer se sentir rico,  conte todas as coisas que você tem que o dinheiro não pode comprar.
Seja otimista e positivo, é fácil? Não é, mas faz um bem tão grande.